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Aλetheia®

  • Foto do escritor: Álvaro Figueiró
    Álvaro Figueiró
  • 16 de jun. de 2024
  • 11 min de leitura

Atualizado: 16 de jun. de 2024



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Saí do Instituto de Seguros para Acidentes de Trabalho do Reino da Boêmia (Iterj), subi as escadas estreitas d’A Brasileira (Beco das Letras), pisando só a 140 megatons porque tinha enxugado metade do toró.

– Ih, é o Álvaro – meio da escada, me denunciou uma voz abafada.

Tirei o panamá-escafandro e nem tive tempo de repetir a graçola vendo tantos vasos floridos de lírios, mosquitinhos, bromélias, margaridas:

– Quem morreu?

A dona do café/livraria já chegou trucando x sobre o mármore da mesa, a minha, a que mais me protege dos OUTROS.

– Você vai gostar – disse ela.

Habituê deprê, já até camelô de melô ali,


x ≈ Vesúvio ∨ 11/09 ∨ Tamburello ∨ Peste Negra ∨ Hindenburg ∨ Expedição Andrée ∨ Plano Verão 

 

x ≈ in-12º brochado. Fino fininho.

– Tá me emprestando?

– É pra você.

Parou um segundo e sorriu:

É péssimo!

Pelas lentes embaçadas embaçando a miopia astigmata colobômica, as primeiras coisas vistam foram Sócrates e Cortella. Daí foram pererecando

 

Apresentação de

Andreas Drosdek            

O poder do não-saber 

Mário Sérgio                                                           Sócrates              Apresentação de

 

                                                  Vozes

Drosdek

 

A ilustração era indistinta, uns palitos aos quais Giacometti achou justo oferecer sobremesa.

Andreas Drosdek

Nunca ouvi. Pensei brasileiro, pior, um desses paranaenses de sotaque onceiro que você suspeita fanatizado, em seqüência, pelo metal, comunismo, nazismo, anarquismo, liberalismo, maçonaria, Wicca, Partido Novo, nazismo outra vez pra terminar no catolicismo tridentino empreendedor de food truck – isso tudo nos dois últimos anos da adolescência. Sim, eu sou preconceituoso bagarai e também continuo batendo punheta, idem.

A custo, a muito custo mermo, vi o empinado na borda:

 

f i l o s o f i a & g e s t ã o

 

Escandi em pura poesia:

– Pūtă mērdă...

(Dois troqueus.)

Na história do pensamento humano, que é bem pequena, Sócrates tem sido uma das figuras mais judiadas[1], a começar por Platão e vindo terminar nos milhares julgamentos a que é submetido, todo semestre, nas disciplinas de Filosofia/História do Direito (em 81% dos casos é recondenado à morte, no que sigo o Areópago, fazendo só o adendo de se tratar de personagem por um juvenil Wilde). Agora o método socrático, surgido nos pleigráundes do Liceu, que só servia para poupar a voz do professor na sua milésima aula matinal e para afrontar geral na macarronada de domingo antes de a tradicionalfamíliabrasileira descobrir Bolsolula, o método socrático, digo, agora também passou pautar a literatrololatura de auto-ajuda empresarial. Drosdek sabe que o executivo tem uma vida profissional aterefada em convenções, palestras, boates, grifes, festas, bailes, puteiros, cassinos, clubes fetichistas, rodeios, resortes, desfiles, ressacas, overdoses, lutas Nego do Borel vérsus MC Gui e, portanto, não tem tempo de ler. A sabedoria de Sócrates, que a bem dizer não é muita, é condensada em cento e poucas páginas miúdas de letras graúdas.

¡Atenção, Leitor! Siso pro parágrafo abaixo! Pense que você está no enterro da mãe e do pai do teu melhor amigo estraçalhados por uma malévola escada-rolante:

 

Através do seu método, sua ênfase em termos de conteúdo e seu exemplo pessoal, Sócrates cria um ponto de partida ideal para a introdução de princípios filosóficos na área empresarial.

 

Tu riu! Que belo filhodaputa!

Subtítulo: “Sócrates e os desafios atuais da gestão”.

Riu de novo!

A premissa tinha tudo pra produzir prosa absurdista, voluntária ou in-. Produz, sim, mas da variedade má. Drosdek, charlata tímido, não emperequeta Sócrates com terno e mala-zero-zero-sete. Sócrates não é o keynote speaker no Lyceum Marble Convention Center resolvendo a aporia do Holiday Inn acossado pelo Airbnb (solução: α) construir hotéis mais feios segundo o jônico Gustavo Lima e subornar a vereança para vetar o aluguel por temporada; β) fusão). Drosdek só justapõe anedotas socráticas aos mais genéricos problemas da gestão. Após o choque inicial da proposta Monty Python, só aqui e ali algumas frases que, para serem cômicas dependem ainda assim da colaboração do leitor, como esta que imaginei proferida no episódio-piloto dos Jetsons: “De que capacidades o executivo moderno não pode prescindir? Como vencer os desafios modernos do século 21?”. Ao que complementei: ainda não vencemos os desafios da Era do Bronze pra querer encarar os modernos. (Nahn... Pouco engraçado...)

As três lições socráticas do livrinho são

α) O reconhecimento do não-saber (Heidegger: o ser-sido-através-do-rumo-ao-a-saber);

β) O ser humano como centro (Heidegger: o ser-sejado-em-volta-todo);

γ) O bom enquanto objetivo (Heidegger: o ser-dever-sendo-lá-chegativo-mhummm).

Após o estudo minucioso durante a maiêutica matinal, reforçada por escólios do insinding trader (Heidegger: ser-sabente-fora-adentro), o executivo estará apto a planejar filosoficamente como interferir na distribuição global de fosfatos, hiperinflacionando os preços cerealíferos para causar fomes na África Oriental e enfim monopolizar em Ruanda a preço de banana (ou de terra e água) as minas de tântalo, um metal tecnológico crítico para fabricar mais aerodinâmicas pontas de guarda-chuva (Heidegger: ser-acima-paraplutivo) (cf. esquema abaixo).

 

Como é ter uma Lamborghini para cada dia da semana e cada cor do arco-íris? (não-saber)

Fomes na África Oriental (ser humano como centro)

Pontas de guarda-chuva aerodinâmicas (bom enquanto objetivo)

 

Como o executivo, agora em férias em Maldivas ou Aspen, não tem tempo para ler, nas últimas três ou quatro páginas há um resumão sintético condesado comprimido apertadinho de sabedoria em pó para se inspirar junto com a brisola. Entre eles: “Todo bem tem um sentido”. Algumas frases confirmam as taxas de psicopatia corporativa: “Trate seu interlocutor com respeito”, “Instrua o seu interlocutor, mas não o humilhe [nem o esquarteje – ainda]”. E, nesta memosfera, até pros mais esquecidos, somos lembrados que Sócrates declarou Beba Cicuta-cola, digo, Só sei que nada sei℗. Acaba que não é livro nem de filosofia nem de gestão. É livro de mágica – a mágica de fazer o gestor crer que seu trabalho se fundamenta por algo mais que imitação, rotina, impostura, bajulação, salários injutos e, às vezes, expertise técnica. A filosofia mete essa bronca de ser O pensamento profundo. Ninguém escreve livro de auto-ajuda baseado em topologia diferencial (conquanto a “física” “quântica” por sua interpretação pseudomística se tenha prestado a tal cretinice).

Drosdek, quem se carteira como especialista em filosofia para cargos de chefia (que nem eu especialista em lerolerística topológica para otarianos), não é paranaense, mas alemão. É profissional sério e meticuloso na charlatanice, portanto. Na Biblioteca Nacional Alemã, que fica situada aqui na minha mesa, encontro títulos como:

Der Samurai-Faktor, 1994 (O Fator Samurai)

Sunzi und die Kunst des Krieges für Manager, c. 1996 (Sun-Tzu e a Arte da Guerra para Executivo)

Hagakure für Führungskräfte, 2000 (Hagakure* para Lideranças) *manual não ria ninja eu disse pra não rir do século XVIII

Sokrates für Manager, 2006 (Sócrates para Executivo) ⬅ Você Está Aqui

Nietzsche für Manager, 2008 (Nietzsche para Executivo que Não Percebe Padrões a Partir da Segunda Ocorrência) ⟲

Platon für Manager, 2012 (Platão para Adestradores de Foca, ☺brincadeirinha!, para Executivo Mermo)

Os dois primeiros livros de Drosdek contam uma biografia talvez. A estréia, de 1986, é Ciclosporin. A ciclosporina, que tem uma das mais belas fórmulas estruturais, é uma droga imunossupressora, útil em transplantes ou em resfriar os teus desafetos. A não ser que tratem de poemas muito expressionistas, Ciclosporin soa trabalho acadêmico. Em 1993, aparece o título que, embora ainda meio médico, pregnostica o desbunde: Für immer schlank (Para Sempre Magro). A partir daí, os ninjas escalam arranha-céus para mudar o mindset da firma – e quem chiar ganha estrelinha. Teria o autor, um médico sério, passado por essas grandes crises da vida, que a psicoterapia diagnostica como vacas-magras, maus-bocados, maus-lençóis, pães-amassados-pelo-diabo, mãos-abanando, fundos-do-poço, e resolvido abraçar a picaretagem como ganha-pão?

Zordoniano há 39 anos na Terra fazendo trabalho de campo para a minha dissertação de mestrado na Universidade da Nebulosa Chifre em Cabeça de Cavalo, não tenho como não me fascinar tanto pelo conteúdo quanto autores e público da auto-ajuda (o que, sob o prisma zordoniano abarca 99,4% da comunicação terráquea, inclusive aquela composta por frases como “Desgraçado! Eu vou te matar!” ou “Enfia o dedo no cu e rasga!”).

O mais fascinante da oximorônica auto-ajuda é que não oferece conselho prático nenhum ou, se oferece, é tão vago que poderia ser dito ao Pão de Açúcar (“Ouse ser você mesmo”). A vagueza permite enquadrar os conselhos em qualquer situação, cotidiana ou excepcional: “Não se acomode em seus talentos”. Às vezes, gera choques com a realidade tais como aconselhar depressivo a ter pensamento positivo, psicopata a sentir a dor alheia, ateu a ter fé e alcoólatra a se hidratar bastante. E sabe duma coisa? Funciona. Funciona mais até que psicoterapia, essa auto-ajuda charlata tímida. Funciona porque as pessoas estão desesperadas em acreditar em qualquer bobeira, suscinta e simples, ainda mais quando compartilhada em vídeo, livro, figurinha. Ninguém nunca mudou por idéias complexas, mas geral se adapta a um bordão – taí o identitarismo Systema Naturae pra provar. As pessoas que se impactam por bordões tendem a ser mais idiotas, mas também mais maleáveis. Psicologicamente são mais saudáveis embora tenham feito o grosso dessa coisa bonita e gentil aí que é a História da Humanidade.

A psique é frágil, muito, muito frágil. Existir, cedo ou tarde, fica insuportável. A mente se encanta, se maravilha, se atrapalha, se horroriza, se desespera, se dilacera com a complexidade, com a abstração, com a virtualidade, com a potência, com a impotência, com p A → ¬B ∧ q  B = ∞ − A. E ainda tem a memória pra tacar sal grosso. Diante do fulano médio, um plástico-bolha é cascudo, um caqui é durão. Eu quero continuar vivendo a qualquer preço – minto, roubo, bato, firo, mato, piso, imito, repito e leio livros de auto-ajuda para não me render ao nada, que foi e será trilênios. O que é água-de-salsicha pruns é feijoada completa pra mulão. Um estoque de dez frases motivacionais, renovadas periodicamente, empurra multidões a bonfim aos noventa, oh, que bela vida, faria tudo de novo igualzinho![2]

A vida do executivo, do gestor, do líder é dureza. Tem coisa mais difícil que fingir que você está no controle, você reles assalariado apesar das férias em Xanadu? O executivo é um fantoche de meia (de seda italiana) que tenta enfeitiçar cadeias globais (fosfatos), preços (cereais), disrupções logísticas (guerras), fornecedores (Greenleaf Resources), recursos excassos (tântalo), inovações tecnológicas (pontas), concorrentes (Aλetheia Umbrellas®) abracadabrando resiliência, mindset, sinergia, sustentabilidade, benchmark, visão, superação e pentagramando organogramas, fluxogramas, gráficos, logotipos, curvas. Se a pajelança desanda, o líder começa a ter dificuldade em pagar o Land Rover, que um dia sonha trocar por Lamborghini, uma pra cada dia da semana e cor do arco-íris. Marotamente, Drosdek centrou o trololó socrático justamente no não-saber, ou para citar em grego ático: “Você não controla porra-nenhuma com a tua liderança, mas aprenda a lidar e a fingir.”

Acho mor escrotidão zoar executivo. Primeiro, o tio que me levava à praia é executivo. Segundo, é um truque cruel, covarde, comum, porque bem aceito, tal qual esculachar os neopentencostais, a única forma de preconceito contra pobre ainda tolerada (ufa!). O executivo, coitado, é afinal tão perverso, egoísta, manipulador e estúpido quanto qualquer outro hominóideo – hominóideo porque quero incluir os gibões, que também não são lá flor que se cheire. E, sim, ele nos ajuda a ter guarda-chuvas melhores – ele o executivo, não o gibão. Mas numa coisa o executivo tem de ser escrachado. Com seu teatrinho administrativo, com sua mistificação sibilina da chefia, com seus oráculos da gestão, ele cenografa uma farsa trágica: que a sociedade precisa pacas de líderes e vipes, que o poder é um saber esotérico[3], que sem árqui-hierarquias os zumbis saltam dos esgotos. Sem, em regra, nem de longe pertencer à elite, o executivo, na ura por estátus e dindim (Heidegger: o não-ser-jazido-sob-a-carniça), contribui para reiterar toda uma estrutura que nos engabela que o trabalho ainda é assim tão necessário, que realmente existem vinhos que valem quinze barões e que tem gente que merece paparicos com papinha de púrpura. Não à toa um dos fenômenos mais bizarros da difusão do pensamento liberal entre a classe média (👍︎) nos últimos vinte anos foi o cosplei de Evita Perón de bilionário (👎︎). Bizarro sim, mas sociologicamente coerente. No fundo, quase todo mundo é conservador. Matute aí.

No mundo pós-pós-industrial, muito do trabalho colarinho-branco é inútil. O que passa por trabalho costuma ser a bizantinização de tarefas simples, uma organo-origamização de folha em branco para empilhar níveis, cada qual mais privilegiado, de gerentes, chefes, gestores, líderes, diretores, presidentes, CEOs até chegar aos 806 bilionários americanos engolindo metade e um chorinho da riqueza de 330 milhões. Curiosamente ninguém publica O Ófice-bói e o Executivo, O Analista Júnior e o Executivo, A Tia da Limpeza e o Executivo, O Terceirizado e o Executivo, O Subalterno Imediato do Executivo e o Executivo. (Parece que tem um aê do Augusto Cury onde o mendigo salva o pleibói suicida e vira seu guru, mas mendigo – e isso até a neurologia confirma[4] – é percebido como coisa.) Só para clarificar. Não sou igualitário, comunista, anarquista, retropaleolita ou escambau. Ao contrário, sou até elitista. Mas absolutamente nada justifica que algum profissional, por mais genial e ‘xa-eu-mato-nos-peito, seja cem, duzentas, mil vezes melhor que seus colegas, ainda mais no mesmo contexto social. O presida da Vale do Rio Doce tira R$ 55 milhões anuais enquanto um gerente lá, R$ 17.000 mensais em média, se não mente a internete, proposição bastante ingênua. Em todo o caso, R$ 221.000 brutos, 0,4% do presida, 250 vezes mais. Gerente, vamos frisar. Imagina a ralé diplomada. Bom era no navio pirata, onde o capitão tirava só o dobro do marujo analista júnior.

David Graeber pensou mais ou menos por aí naquele micha Bullshit Jobs. Xingo de micha, porque, primeiro, não gosto de nada; segundo, porque é micha; e terceiro, porque é cruel, covarde e comum, culpando apenas o mundo corporativo pela impostura laboral, quando, na verdade, repito, muito do trabalho colarinho-branco é inútil, servindo mais para a reprodução de hierarquias – inclui, portanto, a academia e a burocracia. Em paradoxo só aparente, muito do trabalho intelectual e mesmo criativo é, na verdade, mais rotineiro e “algoritmizável” que o braçal e, sobretudo, o artesanal. Como vivo dizendo: tem pesquisador demais pra problema de menos; na burocracia, tem gente demais para as tarefas erradas. Sorte que os hominóideos mentem bastante.  Imagina quão disruptivo seriam as pessoas que estão em posição de poder – ou que dizem que estão por terem algum – não perceberem nem, pior, admitirem propósito no que fazem?. Não à toa algumas das idéias mais absurdas e contraproducentes têm vindo das Humanidades – em nada devem à algarvia corporativa e as razões são quase as mesmas.[5]

Empulhações tais, infelizmente, demoram a sumir, pois, durante gerações, formam a educação moral para o trabalho. Na Light pré-encampação, contam, os engenheiros trabalhavam, tipo escola, de frente para um canadense carrancudo. Já foi comum, em passado recente, ida ao banheiro e bebedouro cronometradas, isso fora até de fábrica. Vamos agora cronometrar quanto levará para as pessoas confessarem que a maior parte do tempo delas é gasto em mentirinha, que os trabalhos realmente importantes são outros, que a posição social delas é privilegiada e que uma readequação vai gerar baita angústia. Vai demorar.

Enquanto isso, vá papagaiando os livros abaixo:

 

Mainländer para Executivos (liquidação de negócios)

Tales de Mileto para Executivo (setores de bebida e piscinas plásticas)

Heráclito para Executivo (organização de fluxogramas)

Street Fighter e Mortal Kombat para Executivos

Principia Mathematica para Executivo (indiciados de fraude contábil)

Himmler para Executivos (sabões)

Wittgenstein para Executivos (como fazer macros no Excel)

Cioran para Executivos (parasitismo)

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[1] Aproveitando que o antissemitismo voltou à moda.


[2] Sempre me espanto com “Teria feito tudo igual!” como retrospectiva biográfica, frase que já foi escolhida por um programa de tevê zordoniano como uma das mais estúpidas e resignadas de todo o Universo. Ficou só atrás de “Só sei que nada sei”℗.


[3] Existem diversas formas de poder. O poder mais foderoso é aquele que consiste em mandar os outros fazerem e fazerem bem feito. Não à toa certa incompetência é uma forma de sinalização: quem não tem poder-mandar-fazer-bem-feito é que tem de ser competente. Muito na burocracia é sinalização de incompetência. Sociedades pré-capitalistas eram, neste ponto, mais honestas. Dum aristocrata inglês do século XVIII esperava-se que soubesse sim um porrilhão de coisas (de esgrima a flauta, de cavalos a pintura), mas ele teria horror de descer de amador ou mesmo dilentante a especialista.


[4] HARRIS, Lasana T.; FISKE, Susan T. “Social Groups that Elicit Disgust Are Differentially Processed in mPFC”. Social Cognitive and Affective Neuroscience, mar./2007, Nº 2, pp. 45-51.


[5] Uma vez, um colega ficou puto que quando argumentei, houvesse a tal de distribuição de renda radical tão desejada, o processo de equalização lhe causaria profundo desconforto psicológico, senão crise. Em abstrato, é mole achar maravilha, o sonho, a vitória da Luta. Mas, no concreto, ¿como não se perceber empobrecendo e ficar todo revolts ao constar que, doutorados e baremas, prêmios e artigos A.1 ★★★★★, tou ganhando quase o mesmo que o pipoqueiro, bolsonarista ainda por cima? O presidente da multinacional, esse você não vê, afinal, e o ódio verdadeiro é o que dá pra dormir de conchinha...

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