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Um quarto imaculadamente limpo, sóbrio, esparso, escandinavo, quarto de boneca gigante: as paredes de branco-gelo, a mobília em quase mesmo tom, duma rusticidade neoclássica, ática mesmo. Da janela, invisível, uma réstia de sol na poalha. Ao lado da porta à direita, aberta para outro cômodo quase idêntico, há um criado-mudo esbranquiçado, as pequeninas manchas azuis das pequeninas porcelanas são a única nota de cor – exceto, evidentemente, pelo homem emboracado sobre a mesa, encarando em nossa direção, o pescoço dilacerado, artérias e tendões como tripas, o sangue quase coagulado pela mesa branca, pelas calças brancas, pelo chão branco.

 

Basil Hallward, Vilhelm Hammershøi, 1891

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