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Nas profundas dum ignorado oceano num sistema planetário pouco conhecido, tudo trevas, senão pela pirueta duma espécie de tubarão diáfano. No mar abissal desse planeta, flutuam pequenos cristais de clarato de metano, mas a fotografia não os capta senão por um borrão circular ou outro.

Nesse ecossistema só há duas formas de vida: uma enguia que se alimenta dos cristais de metano e doutras enguias; e os tubarões que se alimentam das enguias e doutros tubarões. É um mundo de fome. Às vezes os tubarões comem pedadços de si próprios. Há um rasgo fundo na cauda do tubarão deixando uma mancha de sangue. A pirueta é para comer o próprio rabo.

Chapa de prata em técnica similar ao daguerrótipo. É uma trivial fotografia de safári, cuja aqusição para este museu causou escândalo e a demissão dum dos curadores.

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